Sem inspiração, desejei três minutos de alguma música que eu gostasse.
Era tarde, era noite, tinha alguém aí, em volta muitos buscavam
me dizer coisas mas não deixei,não! Não pude conter
a esperança que assolava meus sonhos amargos de solidão,
eu sabia como resolver mas não agia de forma coerente
com as ideias, com as pistas jogadas no asfalto.
O chão podia se abrir, eu ia entrar na terra que logo
se fecharia, as mãos tremiam juntamente com
todo o corpo. É desconhecido e perturbador,
eu estava me livrando aos poucos daquilo
que eu não sabia ao certo como definir.
Eu sei o que não me pertence e certamente
não lutarei pelas sementes que derrubei no chão,
afinal foi tão sem querer que meu corpo mal
podia aceitar a incoerência dessa atitude.
Eu me espreguicei de maneira tão estranha,
convicta de que não era somente eu,
habitando mente e corpo de forma
tão inconstante.
Responda por mim, pois eu sei que há
tempo essa voz não é só minha.
Me senti desafiada e vilipendiada, não sei por quem,eu?
eu achava o máximo aquela situação:
até me perder no reflexo,
onde eu pensei que iria me achar.
Não vi nada, vi você, vi o outro,
mas cadê eu mesma?! Estava andando
por ali, distraída com alguma coisa
que eu não entendi mas que busquei,
incessantemente.
Vocês me olham, sorriem com o canto
dos lábios que arroxeados mostram
o que as águas foram capazes de causar,
eu posso ver suas escamas mau feitas,
não são peixes, mas se tivessem se tornado
antes da morte, certamente iriam se salvar.
-Deus lhe salve da próxima vez! - Eu gritei
do fundo da rua que eu via pelo espelho
e certamente não atrás de mim,
essa rua que só existia do outro lado.
Essa rua não era minha, tampouco feita
de diamantes. Tire suas tripas pelos
olhos, vocês já estão cegos e delas não precisam, tire esse peso de pseudo-vida e me tragam
de volta, agradeço pela rapidez.
Vão louvar todo esforço inútil,
eu não sinto isso, eu posso ser tudo menos eu mesma.
Maldito dia em que dormi com o espelho desvirado,
pude ver os tentáculos, os risos e o espetáculo feito.
Pura libertação. As pernas se dividem em mil,
o corpo não pode mais resistir. Pena ou glória?
Devo me virar e sair andando, sem saber
como eu vou chegar, somente em mente,
aquilo que se mente mas se guarda como
segredo. Eminente olho de cristal. Pontual
cai na madrugada te ignoro e te amaldiçoo.
Em poucos dias o olho apodrece, enfim, volto a dormir.
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